quarta-feira, 27 de abril de 2011

Bênçãos oriundas da Palavra.


Bênçãos oriundas da Palavra.
“Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.” (Romanos 15:4)
O que pode acontecer com aquele que lê a bíblia? O que a bíblia produz na vida daquele que a pratica?
Aqui Paulo, pelo Espírito Santo, nos apresenta algumas bênçãos que nos advém pela poderosa Palavra de Deus, a bíblia sagrada.
São apenas algumas, não está aqui tudo que nos oferece o livro santo, mas trata-se de bênçãos importantíssimas para o crente, pois elas o capacitam para viver uma vida espiritual vitoriosa.
A benção do conhecimento espiritual
Em primeiro lugar temos a benção do conhecimento espiritual, Paulo diz que a Bíblia foi escrita “para nosso ensino”, para que nós pudéssemos aprender os segredos de Deus. E é por isso que está escrito na Palavra que “nós temos a mente de Cristo.”
O conhecimento espiritual que a Palavra de Deus produz é essencial na vida do crente. Isso está muito claro no alerta que nos faz o profeta Oséias: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” (Oséias 4:6).
 Só com o conhecimento espiritual que nos proporciona as escrituras é que teremos condições de vencer o inimigo. Isso quem nos ensinou foi o próprio Senhor Jesus, que ao ser tentado respondia ao adversário: “Vai-te, Satanás, porque está escrito...” Quando conhecemos o que está escrito na palavra, temos condições de expulsar o inimigo das nossas vidas!
A Benção ou virtude da paciência
Depois da benção do conhecimento espiritual, a palavra produz em nós a virtude da paciência: “pela paciência... das Escrituras”. Para que serve esta virtude da paciência que a Palavra produz em nós? É ela que nos capacita para suportar as tribulações (Rm12. 12) e para aguardar firmes a vinda do Senhor. (Tg5.7)
 Essa paciência também pode ser chamada de perseverança. É a virtude de não desistir das promessas de Deus, de não arredar o pé da posição da benção, mas de seguir crendo e confiando na fidelidade do Senhor.
A benção da consolação das Escrituras
Outra benção ao nosso dispor é a “consolação das Escrituras”. O objetivo de toda profecia é edificar, exortar e consolar; como a bíblia é a profecia por excelência e a fiel palavra de Deus, nela encontramos consolo mais do que em qualquer outro lugar.  
Era assim, também, que obtinha consolo o homem segundo o coração de Deus: “Lembrei-me dos teus juízos antiqüíssimos, ó SENHOR, e assim me consolei.” (Salmos 119:52) Diante das aflições que enfrentamos hoje, só há um lugar para alcançarmos consolo para nossas almas abatidas. Apenas no manancial de vida, que é a Palavra do nosso Deus, poderemos saciar a sede das nossas almas.
A benção da esperança
E por ultimo vem a “esperança”, a bíblia atua em nossas vidas para que “tenhamos esperança” , para que jamais venhamos deixar de crer nas infalíveis promessas de Deus. Pois “a esperança não traz confusão”  (Romanos 5:5), mas antes nos mantém firmados na presença do Pai.
Para Deus a esperança nunca morre, ele é capaz de fazer qualquer coisa ressurgir das cinzas. “Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó, ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta.” (Jó 14:7-9) Só o nosso Deus é capaz de fazer estas coisas, de renovar na sua vida todas as esperanças perdidas.
Mas agora é importante saber que todas estas bênçãos advindas da palavra...o conhecimento espiritual, a  paciência, a consolação e a esperança apenas estão à disposição daqueles que não são meros leitores, mas sobretudo, praticantes da Palavra de Deus. Só “Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no que realizar.” (Tiago 1:25) E você... Quer em tudo ser uma bênção?

Sob a Graça de Cristo Jesus
Sidone Gouveia

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O Divórcio

O Divórcio
O que Deus acha do divórcio? Ele é permitido pela bíblia? Quem se divorcia pode se casar novamente? Para todas estas perguntas a Palavra de Deus tem a resposta, cabe a nós nos submetermos as suas orientações, pois só “Aquele... que atenta bem para a lei perfeita... será bem-aventurado no que realizar.” ( Tiago 1:25)
Não são muitos os textos bíblicos que abordam o tema do divórcio, porém, os que existem nos trazem preciosas informações sobre esse assunto tão vital. Desta feita, nosso objetivo aqui é explorar o que nos ensinam esses textos, e para isto, eu transcrevo na integra os principais deles a seguir:
“ E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança.
 E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.
Porque o SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio [ou divorcio], e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais.”.
 (Malaquias 2:14-16)

“ Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de desquite.
Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.”   
(Mateus 5:31-32)

“Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?
Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez,
E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?
Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?
Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.
Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério”.
(Mateus 19:3-9)


“Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido.
Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.”
(I Corintios 7:10-11)

A primeira das nossas referências ainda se encontra no Antigo Testamento, mesmo que houvesse se tornado coisa normal entre os Israelitas o despedir de casa a sua esposa, “o SENHOR, o Deus de Israel”, fez questão de dizer a eles que: “odeia o divórcio”.  Em via de regra, o agente causador dos divórcios é o terrível sentimento do egoísmo. À medida que o ser humano não se dispõe a renunciar de si mesmo pela outra metade, já que a bíblia diz que o casal é uma só carne, mais próximo do divórcio e da destruição da família ele esta. É isto que acontecia com os Israelitas infiéis nos dias do profeta Malaquias, abandonavam suas esposas e consequentemente os seus filhos em nome da satisfação dos seus próprios desejos imediatos.
E hoje nos nossos dias, de maneira nenhuma tem sido diferente, cada vez mais pessoas tem inescrupulosamente aberto mão de sua casa, de sua família, para satisfazer os anseios de sua carne. A saber: a impureza sexual, o individualismo, a ganância e toda forma de egoísmo. As estatísticas hoje apontam que o numero de divórcios entre cristãos já é praticamente o mesmo que entre os infiéis, mas o Senhor, que não muda, continua nos dizendo o mesmo que dizia aos filhos de Israel: que “ odeia o divórcio”.
Depois de Malaquias a próxima citação bíblica que trata sobre o divórcio está no Sermão do Monte.  A esta altura, os fariseus e religiosos da época acusavam o Senhor Jesus de ter vindo destruir a lei, pois o seu discurso era diferente do deles. O Senhor, então, mostra que não veio destruir a lei, mas revelar aos homens qual o verdadeiro sentido dela. O Senhor esclarece, por exemplo, que mais do que não matar, Deus quer que o homem deseje o bem ao seu próximo; mais do que não adulterar, Deus quer ver no homem pureza de coração. E agora dentro deste novo contexto, em que o verdadeiro sentido da lei é revelado, Jesus deixa bem claro que o divórcio não será tolerado, a não ser por uma única exceção, ou seja, “por causa de fornicação”.
O fato é que os fariseus não engoliram esse ensino, ele se chocava com o egoísmo doentio deles. E na próxima oportunidade que tiveram quiseram tentar o Senhor com o mesmo assunto. Acredito eu que eles arrazoavam entre si:
- Desta vez o Nazareno não terá saída... Afinal de contas, estamos amparados pela lei de Moisés... Que argumento ele teria contra nós?
Então, carregados de cinismo e dissimulação se aproximam do Senhor e perguntam: “É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?”
A opinião do mestre é a mesma, afinal, não diz o escritor aos Hebreus que ele não muda; mas é o mesmo ontem, hoje e eternamente.  E em sua onisciência, sabendo o que os fariseus pretendiam, lhes antecipa o argumento bíblico que justificava o seu ensino: “Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.”.
Toda preparação dos fariseus havia sido inútil, o Senhor lhes apresentara um argumento incontestável. Afinal, qual foi o propósito do criador ao unir homem e mulher? Não foi que eles permanecessem unidos como família até o final?
 Mas para não perder a viagem, e mais atrasados do que as cinco virgens loucas (aquelas da parábola das dez virgens), eles apresentam o seu pobre argumento: “Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?”.
Então o Senhor lhes esclarece: “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.” E ratifica então o mesmo mandamento, com a autoridade de filho de Deus: “Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério”. A única exceção é “por causa de fornicação”, ou seja, impureza sexual. Fora isto, diante do mandamento de Cristo, ninguém tem direito de abandonar seu cônjuge e se casar com outro. A menos que queira viver na prática do adultério.
O ultimo texto bíblico citado, registrado na primeira epístola de Paulo aos Corintios, que é genuína doutrina e regra de fé e prática para a igreja de Cristo, deixa claro quais são as opções que tem aquele que se divorciou fora da permissão do Senhor: “que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido”.  Geralmente, os divorciados refutam totalmente a possibilidade de uma reconciliação com o antigo cônjuge. Nesse caso, com certeza o melhor é se esforçar e permanecer solteiro, esperando no Senhor, até que ele mude a situação, ou você seja novamente capaz de amar aquele(a) que é seu(sua) esposo(a) diante de Deus.
Por que Deus criou esse mandamento? O que o levou a ser tão rígido com esse assunto? O fato é que Deus ama a família! E não tolera que ninguém a destrua em nome da sua suposta felicidade pessoal. Eu digo suposta porque é impossível encontrar felicidade fora da vontade e dos propósitos de Deus. A sua palavra é fiel quando diz que tudo que ele pede de nós é para o nosso próprio bem. (Dt10.12-13)
Então você que é casado, exclua da sua vida a possibilidade de um divórcio por questões egoístas, o que jamais trará felicidade para sua vida. A ordem do Senhor pra você é clara: “aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido...  e que o marido não deixe a mulher.”

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O uso e costume nas Assembléias de Deus hoje

O uso e costume nas Assembléias de Deus hoje
A visão atual que se observa em boa parte das Assembléias de Deus, principalmente nos maiores centros, no que tange o uso e costume, é bem mais liberal do que a tempos atrás. Observa-se que não se restringe às irmãs o uso de maquiagem ou de pintura nos cabelos, ainda que se oriente, porém, que se faça uso da modéstia no atavio.
Normalmente não se restringe o uso de calça às irmãs, principalmente nas atividades profissionais, tendo-se, porém, o costume do uso de saias ou vestidos nos cultos públicos.
Já não se restringe, mais também, às irmãs o uso de roupas que não tenham manga, mas geralmente pede-se que não se faça uso de roupas de alça ou de decotes exagerados, lembrando sempre o pudor no vestir que a palavra de Deus nos ensina.
Outra coisa que se observa, é que não se restringe as irmãs o uso de jóias de forma modesta. Sendo aceitável, por exemplo, um brinco pequeno. Relembra-se, porém, a modéstia que é recomendada pela palavra de Deus às santas mulheres.
Quanto aos irmãos, em boa parte das igrejas locais já não se restringe o uso de bermudas, principalmente no descanso domestico. Alerta-se, porém, para a preocupação com o pudor que é próprio dos santos.
Toda esta mudança, geralmente, não é bem vista pelos mais tradicionais. Que não aceitam, e muito menos entendem o porquê da mudança. Para entender por que o  costume se altera, é necessário observar melhor o assunto através da bíblia e da historia da igreja.
O costume, ao contrario do mandamento, se altera através do tempo e do local. E isso nos é bem notório quando observamos que dentro das Assembléias de Deus, uma igreja agora centenária, o costume muito se alterou em relação ao que era adotado no principio. E ainda mesmo hoje, o costume se altera conforme o local ou o ministério que o orienta.
A mudança através do tempo ocorreu de uma maneira geral, ou seja, em todas as igrejas locais. Prova disso é que se fosse possível retroagir no tempo, há cem anos, a irmã mais conservadora, da igreja local mais rigorosa com o uso e costume dos nossos dias, com certeza, ela causaria escândalo as igrejas daquela época.
E como é fato que além de se alterar no tempo, o costume também se altera no local. Desta forma, uma igreja local adota um costume, e outra igreja local um costume diferente. Até ai não teríamos problema algum. O problema, na verdade, reside no fato de que algumas igrejas locais, ou alguns indivíduos que nelas há, não aceitam que outros tenham um costume diferente do deles. Quando isto acontece tal individuo ou tal igreja, passa então, a adotar uma postura farisaica e passa também a tentar, através de interpretações isoladas de versículos bíblicos, dar caráter de mandamento aos seus costumes. Passa ainda, depois disso, a se achar no direito de julgar e condenar os que têm uma opinião diferente.
Quando encontram alguém com o costume diferente do seu, os fariseus modernos os acusam de serem uma igreja “de porta larga”, dizem que tal igreja abre mão dos bons costumes só para arrebatar mais ovelhas, e se algum crente resolve congregar lá, é porque está procurando facilidade.
Mas o bom Deus tem provido a sua igreja de homens que querem instruir os seus filhos na sua palavra e não em mandamentos de homens. Homens que não estão dispostos a atar pesados fardos para lançar nas costas do próximo. Homens que tem sido usados para ministrar biblicamente sobre esse assunto, e nesta matéria, tem se destacado o Pr Silas Malafaia, principalmente em sua mensagem “Legalismo e Liberdade Cristã”. Esta mensagem muito me ajudou a entender a realidade deste assunto e a desfazer em minha mente os sofismas que os fariseus impregnam com seus ensinos.
Vamos então, a partir de agora, analisar a luz do contexto bíblico, os versículos que os fariseus contemporâneos usam de maneira isolada para acusar os que não pensam como eles:
Para tentar justificar a proibição do uso de calça pelas irmãs, usam o seguinte versículo: “Não haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher; porque, qualquer que faz isto, abominação é ao SENHOR teu Deus”. (Deuteronômio 22:5) O que não fica claro é onde a bíblia diz que calça é roupa de homem. Neste caso em que grupo se enquadra as camisetas?
Sem dizer que este versículo se encontra na lei sacrificial de Moisés, aquela que a bíblia diz que foi “ab-rogada por causa da sua fraqueza e inutilidade”. Desta feita, se fossemos guardá-lo, teríamos de guardar também o verso vinte e dois do mesmo capitulo que diz que o casal que cometer adultério deve ser morto: “Quando um homem for achado deitado com mulher que tenha marido, então ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher, e a mulher; assim tirarás o mal de Israel”. (Deuteronômio 22:22)
Paulo é severo em advertir sobre isso: “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.” (Gálatas 5:4) Deixemos pois a lei, e vivamos o evangelho da graça de Cristo.
Um outro argumento que os fariseus amam e usam muito é: “tem de usar assim ou assado para ser diferente do mundo”. É bem verdade que Deus quer que seus filhos se diferenciem do mundo. Porém, esta não é uma maneira eficiente, já que pode ser facilmente imitada. Prova disso, é que varias seitas, que negam as mais importantes doutrinas bíblicas, excedem no zelo quanto ao uso e costume a todas as igrejas evangélicas.
O próprio Senhor determinou o que diferenciaria os seus discípulos: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” (João 13:35) É o amor, que os fariseus sacrificam quando condenam seus irmãos, que verdadeiramente diferencia e identifica o cristão. Este diferencial o ímpio jamais poderá imitar, pois o dia que o fizer, deixará de ser ímpio e se tornará também servo de Cristo Jesus.
Já no novo testamento, o versículo predileto dos apologistas radicais da “doutrina do uso e costume” talvez seja I Pedro 3:3-4, que diz: “O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.”.
 Numa leitura rápida, talvez realmente possamos entender o seguinte: Pedro está dizendo que a mulher cristã não deve de maneira nenhuma usar jóias, pois está escrito: “O enfeite delas não seja o exterior... no uso de jóias de ouro”. Mas note que Pedro não fala só das jóias, mas também do “frisado dos cabelos” e da “compostura dos vestidos”. Desta forma, para proibirmos aqui as jóias, obrigatoriamente, teríamos de proibir as irmãs o pentear os cabelos e o uso dos vestidos decentes e bonitos.
Esta claro então, que há algo errado com a interpretação deste versículo. Mas qual seria a maneira correta de interpretá-lo? Para interpretá-lo corretamente nos será útil interpretar antes João 6:27, que diz: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou.” Analisemos... O que o Senhor Jesus está dizendo? Que devemos abandonar o nosso trabalho secular e trabalhar apenas para o reino de Deus? Nada disso! Se fizermos isso corremos o risco de morrer de fome, pois a bíblia também nos manda trabalhar e conquistar com nossas próprias mãos nosso sustento. Jesus está dizendo que devemos priorizar o Reino de Deus.
Da mesma forma, quando Pedro, pelo Espírito, diz: “O enfeite delas não seja o exterior... Mas o homem encoberto no coração”, ele não quer com isso, dizer que a mulher cristã tem de ser um verdadeiro modelo de desleixo com a aparência, observe que uma das características da mulher virtuosa é se vestir bem: “Faz para si cobertas de tapeçaria; seu vestido é de seda e de púrpura”. (Provérbios 31:22) Pedro está dizendo sim, que a prioridade da mulher cristã não deve ser ataviar o seu exterior, mas sim o seu coração. Se ela se preocupa em ter um exterior bem aparentável, muito mais deve desejar ter um coração que o Senhor admire.
Outro trecho do novo testamento que possui idêntica mensagem é I Timóteo 2:9-10, lá Paulo diz: “Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras”.
O apostolo está dizendo que ao invés de se ataviar com as “tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos” as mulheres cristãs devem se ataviar com as “boas obras”. É lógico que literalmente isso não seria possível. Então, o que ele de uma forma figurada está dizendo, é o mesmo que disse também Pedro, que a prioridade da mulher cristã deve ser um coração bonito, um coração agradável ao Senhor.
Mas também aqui, em I Timóteo 2:9, encontramos o verdadeiro princípio bíblico que deve reger o uso e costume na igreja, a saber: “pudor e modéstia”. São estas duas virtudes que todo servo e toda serva de Deus deve estimar. Veja que a bíblia, por ser uma mensagem universal, não diz: não use calça, ou use brincos de até 5mm. Não diz isso, porque em algumas culturas as calças poderiam não se enquadrar no pudor, enquanto em outras, brincos até maiores do que o citado poderiam ser considerados modestos. A preocupação do cristão deve ser a de se portar com “pudor e modéstia” dentro da sua própria cultura.
Espero eu, nobre leitor, que essa simples matéria possa ser mais uma contribuição para que você tenha uma visão bíblica desse assunto tão polêmico que é o uso e costume. Aos que tem sido influenciados pelos religiosos a fazer um mau juízo dos irmãos que tem um costume diferente, deixo a advertência do Senhor: “...Acautelai-vos do fermento dos fariseus...” ou seja “...da doutrina dos fariseus...” (Mateus 16:6,12) E a todos nós é útil a recomendação do Espírito Santo através de Paulo em I Corintios 10:31-32: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus.” Agora quanto aos fariseus... Não nos desgastemos nos preocupando se ficarão escandalizados conosco, pois até com o próprio Senhor Jesus eles se escandalizaram.